Quando entrei no mercado de trabalho - leia-se: assessoria de imprensa - passei a me vestir melhor. E nem era em função do trabalho engomadinho não, é que eu passei a ter um certo budget pra comprar roupas. Antes não tinha como comprar nada, normal, é a vida, família sem muita grana. E depois desenvolvi um gosto por itens do vestuário masculino, e que também identificam o perfil jornalista de ser, que são as camisas e as roupas de corte de alfaiataria. Quem diria, Lyra Libero, de metaleira de saia comprida a camisa azul marinho bem cortada. Eu melhorei, acredito. Ou tento.
Hoje resolvi arrumar o guarda-roupa, jogar umas tralhas fora, já pensando na roupa pra ir no coquetel de uma marca aí, que tá lançando um evento de arquitetura e design na cidade, em um pico meio formal. Traje: casual. Que raios isso quer dizer?
O problema hoje foi a escolha do sapato. O dilema da mulher moderna inexiste, pois a maioria opta pelos saltos, e eu até tem alguns que uso volta e meia. Mas com o pé semi-torcido, como proceder? Thiago não ajudou em nada, dizendo "coloca qualquer um aí, vai". Então eu fui. De bota.
Querida bota motorcycle ligeiramente surrada: eu te amo. Obrigada por me fazer destoar de todas as outras mulheres na festa. Senão a vida não tem graça.
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