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segunda-feira, 9 de abril de 2012

Little Conquerors @ Lollapalooza 2012

Voltei do Lollapalooza, e voltei viva, e mais, me sentindo uma conquistadora dos sete mares, a desbravadora em pessoa. E em vários momentos, me senti uma caipira, de fato.

Primeira vez no avião: desconfortável. Primeiro dei risada porque me contaram histórias cabulosas sobre a pressão nos ouvidos que pensei que ia escorrer sangue pelas orelhas. Tontura em função do estômago vazio (na correria não se come!), uma little Lyra chegando em Guarulhos, na selva de pedra mainstream que é São Paulo.

Sobre São Paulo: fiquei pouco demais, não fui em bar nenhum praticamente e engoli goela abaixo só esfiha do habbib's que era o que dava tempo e tinha perto. Conheci pessoas muito legais, outras nem tanto, algumas loucas e outras normais. Andei na Av. Brigadeiro Faria Lima segurando macarrão e budweiser nos braços, porque os três tobós de mola (Cirilo, Mari e eu) esqueceram que em SP não se tem mais sacolas nos mercados, quando resolvemos economizar na grana e na sola do sapato (e no dinheiro do táxi e no tempo extremamente curto) fazendo almoço em casa. Almocei espaguete com carne na sexta-feira santa e tomei devassa (e vodka depois).


Uma cidade com cheiro de comida velha e muitos prédios: essa sou eu me sentindo caipira e com saudade da terrinha. Um lugar incrível que tem milhares de pessoas e coisas pra fazer e que me anima de pensar: eu desbravadora. Meio esquizofrênica, segui pro festival. 

Minha câmera não colaborou nada, as fotos ficaram bem ruins. Show do Cage the Elephant: LINDO, FODA, SENSACIONAL. A cada mosh do vocalista, Cirilo soltava "QUE CARA LOOOUCO!", e Macarena só que olhava meio abismado para a performance. Mari pirou no show. Dancei na grama como se estivesse na pista, no dancefloor. Cantei "Aberdeen" a plenos pulmões, e meus amigos à minha volta. Senti um momento genuíno de felicidade que durou músicas inteiras e é isso que mais me importa. E tudo que deu errado no final deu certo e foi tudo lindo, tudo mesmo. Me realizei em muitas ocasiões, tive certeza do que quero e que amo muito, demais, meus amigos. Parece bobagem, e é, e ao mesmo tempo não é. É vontade. 


Depois, correria para o Foo Fighters, e tudo passou muito rápido, os outros shows pareceram bons mas menos relevantes, com gosto de prelúdio saboroso, mas apenas prelúdio. E o show, lindo, emocionante. Lágrimas durante Walk, verso "Do you remember the days / We built these paper mountains / And sat and watched them burn / I think I found my place / Can't you feel it growing stronger / Little conqueror" cantado com toda a energia que tirei não sei de onde, a plenos pulmões. Catarse, vontade de explodir em mil pedacinhos, me sentindo plena e agradecendo mentalmente ao universo por tudo que me aconteceu nos últimos seis meses. Fiquei sem palavras. As outras foram lindas demais também.

Joan Jett subiu ao palco, e eu nem fiquei mais chateada por ter perdido o show dela pra cuidar lugar pro FF. Foi lindo de se ver também.

Em Everlong, que fechou o show, lembrei de 2009, ouvindo essa música em direção à Dourados, no ônibus, pensando no que seria de mim e se seria capaz de superar todas as merdas que haviam me acontecido. Precisei de três anos pra pensar naquele momento novamente, e ter certeza de que ficou, mesmo, pra trás.

Gosto de felicidade misturado ao cansaço na volta. Mais certeza de que as coisas vão dar certo, mais feliz por ter realizado mais uma coisa bacana. E querendo trabalhar pra que tudo que planejei dê certo, incansável. Because I believe I've waited long enough. 


Obrigado, Dave. A gente se vê na próxima.